De todas as dúvidas que tive (e olha que foram várias) as mais difíceis de sanar eram aquelas que iam de encontro com o “jeito certo” de fazer as coisas. As fórmulas do sucesso, as posturas adequadas, a palavra ideal, o jogo certeiro.

Muitas vezes sentimos que há uma fórmula a seguir, que geralmente envolve uma profissão bem vista, casamento, filhos, boa casa, relações cordatas com todos ao redor, uma passiva aceitação das coisas que “são assim mesmo”, empenho em encenar situações pelo bem social, como festas (de empresa ou de família), sorriso amarelo e concordante com frases e posturas das pessoas ao redor, com as quais muitas vezes não temos a menor sinergia.

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O estalo veio com o vídeo abaixo, mas desse estalo questões e ideias surgiram.

Muitas vezes me perguntei como mudei alguns conceitos, atitudes, opiniões. Como resolvi aqueles percalços que pareciam o fim da trilha. Como a pessoa que hoje aparece no espelho conseguiu superar problemas e tormentos que ainda observo naqueles que me cercam. E não acho o “ponto da virada”. Não consigo exemplificar como resolvi ou porque desencanei de determinadas coisas. Não consigo lembrar do momento que eu disse um basta.

Porque esses momentos não existem na maioria das vezes. Salvo momentos cruciais da minha vida, que ainda posso discutir se houve ou não uma trombeta tocando anunciando a grande transmutação, no geral a vida é feita de pequenas mudanças. Como no vídeo.

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Em tempos de “foco nas metas”, “trabalhar pelos projetos pessoais”, “gerenciamento máximo de tempo”, está cada vez mais difícil olhar para os lados. Quantas e quantas vezes passamos batido de amigos ou conhecidos enquanto caminhamos nas ruas, pegamos um ônibus ou elevador, fazemos compras? Quantas vezes não vemos o que há de novo ao nosso redor? Seguimos, com a cabeça nas “listas de coisas a fazer”, andar apressado pelos ponteiros do relógio, olhar disperso pelo excesso de informações e… coração em stand-by. Como assim? Stand-by? Pois é, deixamos lá o nosso coração parado, desconectado do momento. Fazemos tudo de forma automatizada, no modo “mais eficiente”.

Felizmente, esse órgão que é pura energia se mantém em contínuo estado de alerta. Pronto para se reconectar, para acessar a beleza do mundo e das pessoas ao seu redor. Pronto para se emocionar, se encantar, te encher de leveza e trazer o sorriso ao seu rosto. Basta você dar uma brecha e prestar atenção ao que acontece. Sair da correnteza do momento, do piloto automático, respirar fundo e olhar. Com grandes olhos. Olhos de alma. Sentir as pessoas e o mundo com esse vórtice mágico que se encontra no meio do peito.

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